quinta-feira, 9 de junho de 2011

Valério Damasio: o Cazuza niteroiense!


Pra quem não sabe ou nunca ouviu falar, o bairro de Piratininga abriga um dos melhores cantores covers do grande poeta do rock brasileiro Cazuza. Seu nome é Valério Damasio, mas a sua semelhança física e timbre de voz são tão parecidos com o do lendário artista que já normal ver as pessoas o chamarem de “Cazuza” ou “Caju” (mais pros íntimos!) por entre vizinhos e amigos. E o mais incrível é que sua mãe também se chama Lúcia. Coincidência ou obra do destino? Vai saber, né.
Bem, o Valério já faz esse trabalho cover há 7 bons anos e conseguiu furor e dimensões nacionais. Desde de shows com muito aplauso e assédio de fãs na casa Rio Rock & Blues na Lapa, passando pelas centenas de festas Ploc 80 da vida, até performances no Concurso de Covers do Faustão.
Extremamente simpático e humilde, Valério concedeu essa entrevista em sua casa, convidando em seguida o repórter Marcelo Ferraz para uma sinuca com cerveja em um pequeno bar da Região Oceânica. Confira agora o nosso papo com o músico.

Como você começou a fazer cover do Cazuza?
Foi uma brincadeira de karaokê. Eu era comerciante até então e frequentava o Pier 31 (Jurujuba), ficava cantando na madrugada. Eu nem imaginava que cantava parecido como o Cazuza, não imaginava que era parecido com nada, mas me divertia e fazia amizades. Aí uns 2 anos mais tarde o Leandro Souto Maior, músico niteroiense, me viu cantando e comentou que era parecido com o Cazuza e me chamou pra fazer uma banda cover. Começou assim, marcando alguns shows ali e aqui e acabou tomando essa proporção grande, participando do Faustão e eventos no Brasil todo.


Você já teve algum projeto além do cover?
Em termos musicais?
  
Sim.
Tem sim, até porque não quero virar o “Tio Cazuza” (risos). Na verdade, eu quero cantar músicas próprias e estou com certas dificuldades de escrever. Estou captando minhas letras devagar, é um outro projeto. Agora, como Cazuza, existem vários outros projetos que estão pra rolar.

Fale um pouco sobre esses outros projetos.
Bem, tem um monólogo musical sobre o Cazuza, que é similar à peça teatral do Renato Russo, onde passam fatos da vida dele, e rola um show após isso. A Lucinha Araújo liberou nesses dias uma letra inédita para quem quiser musicá-la tem que participar de um concurso. O vencedor vai cantar essa canção com o Frejat em São Paulo e tocar no Rock In Rio 4. Eu pedi pro Rodrigo Santos (baixista do Barão Vermelho) criar um arranjo, ele adorou a idéia, se sentiu super honrado e estamos com bastante expectativa com relação a isso. Vai ser um grande alavanco em minha carreira.

Como é interpretar alguém tão famoso, como é a sensação?
Nesse caso tem 2 questões: por ser alguém tão famoso, já é um peso; e por ter sido uma pessoa muito inteligente, um poeta que deixou muitas coisas importantes pra música brasileira. Então é como a responsabilidade de carregar uma criança, de você estar representando algo. No meu ponto de vista, eu tive até que fazer terapia por algum tempo, porque estava tendo problemas em dissociar os personagens: o Valério propriamente dito do Cazuza. As pessoas ficam nessa expectativa e eu não esperava nada disso, era tudo uma brincadeira, e de repente eu recebi todo aquele impacto dos fãs.

Você é assediado pelos fãs?
(Risos) Isso rola sim. Tanto as meninas, como os rapazes! Mas artisticamente falando, como Cazuza.

Como foi participar do Concurso de Covers do Faustão? Você ficou em segundo lugar.
São “sinistras” as coisas da vida, né cara? As coisas acontecem sem você menos esperar. De repente ligam e você foi selecionado, tem que ir pra São Paulo em dois dias e quase nem acredito. Chega num Faustão da vida e o nervosismo faz parte, você treme e não tinha nem um whisky pra relaxar (risos)! Foi um acontecimento na minha carreira que abriu muitas portas pelo Brasil afora. Acho também que rolou uma certa injustiça, pois estava empatado e a Sandy votou em mim, porém o voto final foi dado pela mãe dela. Acabei ficado em segundo lugar e a Michelle (Aretha Franklin cover) foi campeã. Mas sem a menor dúvida foi perfeito.

 Você disse que tem canções próprias. Tem algo em mente?
Letra minha mesmo só uma que fala do amor da minha vida, do início, meio e fim. Chama-se “ O jardineiro e a rosa”. Só que é como falei no início da entrevista, estou ainda captando letras que sejam de certa forma poéticas, fáceis de serem entendidas.

Vamos falar um pouco de Niterói. Você é um cara que anda pelas noites daqui. Uma opinião sua: você acha que essa é uma cidade propícia para os artistas e músicos em geral?
Niterói é lindo, quase perfeita, mas não fosse por essa cultura... (risos). É uma bela cidade, com muitos bons músicos, talentos, atores, enfim. Agora essa desorganização realmente não entendo. Não acontece nada na cidade, eu rodo por vários lugares e cidadezinhas do interior, com pouco arrecadamento e várias atividades culturais são promovidas pelas prefeituras. Aí você olha Niterói e não tem nada! É uma festa aqui e outra lá e ninguém fica sabendo. É triste, com um dos maiores IPTUs do país. Eu não faço shows aqui praticamente.


Duma maneira geral, quais são os artistas que te influenciam? Além do Cazuza, claro (risos).
Agora me pegou, vou ter que contar uma história. Como disse, comecei em karaokê, mas não tive esse berço musical, esse costume de ouvir muita música. Então cai de pára-quedas e sou um tanto iniciante ainda. Mas gosto sim muito de ouvir MPB, gosto de letras, poesia, Renato Russo e tal. Só que sou um músico caído de pára-quedas nesse mundo.

Você teria alguma mensagem para deixar aos artistas e as pessoas que lêem o blog?
Sim, tenho sim: sonhem, não desistam dos seus sonhos. Eles são como combustível que nós precisamos para estarmos nos movimentando. Mude de estrada, mude qualquer coisa, mas não desistam dos seus sonhos.

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