domingo, 5 de junho de 2011

Gustavo Borner: um "novo" talento de Niterói

Niterói é mesmo um celeiro de grandes artistas. Mesmo que, às vezes, por "empréstimo". Este é o caso de Gustavo Galvão Borner, ou, simplesmente, Gustavo Borner. O cantor, na verdade, nasceu na cidade vizinha e capital do estado, Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro de São Cristóvão, em 13 de junho de 1984.





Desde cedo na vida, Gustavo demonstrou preferência por ouvir música de adulto, ao invés de canções feitas para crianças, moda na época em que era menino. Aos 7 anos de idade, Borner já gostava de bandas e cantores como: Os Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Djavan, Caetano Veloso, Supertramp, A-HA entre tantos outros. Claro, muito influenciado pelo gosto musical dos pais.


O interesse pela música, com o passar do tempo, só aumentava . Mas só ao 13 anos, em 1997, conseguiu entrar nas aulas de violão. Naquele mesmo ano, Gustavo, junto com alguns amigos da igreja em que frequentava, fundaram a banda Manto Escarlate. A partir deste momento começou a desenvolver e mostrar o talento nato ao público evangélico.





Já com 21 anos de idade, Borner deu um novo e importante passo na carreira. Ao conhecer a cantora Patrícia Damasceno, iniciava uma nova empreitada como guitarrista. Foi o primeiro trabalho fora do meio conhecido como "gospel". Era a hora de mudar o estilo.


Após algum tempo como guitarrista, Gustavo Borner participaria de um projeto inovador em Niterói. Em 2008, tornou-se um dos fundadores do projeto Palco Aberto. O evento reuniu diversos músicos para apresentar releituras e canções autorais, na sala Paratodos, no bairro de São Francisco. Borner iniciava, assim, a trajetória como compositor e cantor solo.


Confira abaixo o bate-bola com o cantor Gustavo Borner que, entre outras coisas, relata sobre as dificuldade sobre a carreira solo e o circuito musical niteroiense.


1 - Como foi o início da sua carreira? Quais foram as dificuldades encontradas?


A carreira solo começou em meados de 2008, com a gravação do meu primeiro e, até agora, único álbum - coração de luto - lançado em 2009. Durante este ano e meio toquei em poucos lugares e participei de apenas um festival, porque me dedicava às gravações. Como tudo que se começa, as dificuldades são várias: não tinha nenhuma experiência com gravação nem com produção; o dinheiro era próprio, por isso levei um ano e meio fazendo; lugar pra tocar pra um artista iniciante é brabo, por isso tive q dar um jeito de lançar em um local modesto, mas bem conhecido (o Convés). Apesar de tudo, tive muita ajuda de amigos, desde músicos que gravaram até pessoas que conseguiram um patrocínio mínimo pro lançamento.

2 - Teve alguma parceria ou incentivo no início?


Tive sim: a locadora de filmes O Cinéfilo, de Icaraí. Além disso, eles ainda ficaram com vários CD's lá pra vender, sem me cobrar nada. O dono foi muito gentil. Não conhecia o meu trabalho, mas como foi indicação de uma amiga em comum, ele ajudou sem dificuldade alguma. O porém é que foi o único, mas deu pra cobrir parte dos gastos que tive.


3 - Como você classificaria o mercado musical niteroiense? É difícil ganhar dinheiro fazendo shows na cidade?

Confuso. O público de Niterói, em regra, não sai de casa pra ver o show, mas pelo clima geral do local, ou seja, sai pra "night", pra "balada". É como se fosse um micro-Rio de Janeiro, mas sem a identidade deste. Niterói não tem muitas marcas de identidade local, e na música não é diferente. Me refiro à música autoral independente. Já pra fazer dinheiro é outro papo. Como disse, a expectativa do público é ouvir música como diversão, quase que exclusivamente, e é óbvio que pra isso o músico vai ter de tocar músicas conhecidas. Nesse mercado tem músicos ilimitados e espaços limitados pra tocar. Com essa grande oferta de músicos, as casas, na maioria das vezes, não pagam cachê fixo, trabalhando só com couvert. Em alguns casos, não raros, além de não ter gasto algum com música, porque o repassa pro cliente, a casa fica com parte do couvert arrecadado. É um ciclo vicioso difícil de quebrar porque, como o público niteroiense é pouco fiel aos ambientes (sejam casas de show ou restaurantes com música ao vivo), fica difícil pro comerciante remunerar os músicos. Resumindo: é difícil ganhar dinheiro com música em Niterói, mas não é impossível. Aos poucos dá pra se inserir.

4 - Conte um momento inesquecível que tenha vivido em algum show em Niterói.

Fiz alguns shows interessantes em Niterói, mas inesquecível até agora nenhum. Nem pro lado ruim ou cômico nem pelo lado fantástico, mas em regra é bem legal tocar aqui. Sinto falta apenas de que o público conheça mais meu trabalho autoral. Se eu pudesse, faria só ele.

5- Você já recebeu algum prêmio? Algum em Niterói?


Sim. Em outubro 2009, pouco antes do lançamento, participei do Festival Niterói Discos e fui um dos vencedores da categoria Rock, com a música "coração de luto". Estamos em Junho de 2011, quase dois anos depois, e a coletânea ainda não saiu (esse era o prêmio pras bandas vencedoras).Além desse ganhei o troféu Sidney Muller - melhor letra - no Festival das Rádios Nacional e MEC do ano passado com a música "Sob velha direção". Esse foi interessante porque, apesar de meu "pé" na MPB, a música é Rock, e eu era o único inscrito com este estilo. Foi bem legal!.

6 - Se houver, quais são os seus planos para engrenar nacionalmente na carreira?

Já tive muitos planos pra "engrenar" musicalmente, mas desisti. Quase tudo que eu tentei - e tentei mesmo - e coloquei fé que fosse acontecer não aconteceu - desde grandes festivais até contatos com pessoas mais influentes no mundo da música - e porque, quando eu relaxava e deixava fora do meu controle, aí sim acontecia. Tô deixando Deus ser meu empresário.
Obrigado pela oportunidade! Fiquem com Deus!
Gustavo Borner



Conheça o grande sucesso de Gustavo Borner: "Coração de Luto"



Nenhum comentário:

Postar um comentário